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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Feministas afegãs são atacadas por multidão


Um protesto de pelo menos 300 afegãs quase terminou em tragédia ontem em Cabul, quando cerca de mil pessoas atacaram com pedras a manifestação feminista contrauma nova lei que permite aos xiitas do Afeganistão exigir relações sexuais desuas mulheres a cada quatro dias. Organizações de defesa dos direitos humanosafirmam que a lei legaliza o estupro.

A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 16-04-2009.

Além de não poder rejeitar a relação sexual com o parceiro - exceto quandoestiverem doentes -, a legislação também diz que as mulheres só podem procurar trabalho, estudar ou visitar médicos com a autorização dos maridos."Cadelas, escravas dos cristãos", gritou a multidão, de homens e mulheres,contra as manifestantes, que foram protegidas pela polícia.
A lei é válida apenas para a minoria xiita do Afeganistão, cerca de 20% dos 30milhões de afegãos. No entanto, muitos temem que a nova legislação marque oretorno do período em que o Taleban impunha duras regras no país, principalmente para as mulheres.
Durante o regime do Taleban, de 1996 a 2001, as afegãs eram obrigadas a usar aburca, que as cobriam da cabeça aos pés, e eram proibidas de sair de casa sem uma companhia masculina. A dança e a música eram consideradas criações dodemônio e não era permitida nenhuma forma de diversão.
Bonecas e animais de pelúcia eram condenados, assim como qualquer representaçãode seres vivos - até as fotografias entraram na clandestinidade. Sob o Taleban, quem fosse apanhado com CDs ou fitas de vídeo corria o risco de ser condenado à morte.
Governos de vários países ocidentais e organizações de defesa dos direitoshumanos em todo o mundo condenaram a nova lei. O presidente dos EUA, Barack Obama, qualificou a legislação de "desprezível".
CRÍTICAS
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, teria assinado a medida para obter o apoio dos xiitas a sua reeleição. No entanto, pressionado, ele enviou o texto nasemana passada para o Ministério da Justiça para "avaliação" e suspendeu temporariamente os efeitos da nova legislação.
Intelectuais afegãos, políticos e ministros do próprio governo manifestaram-secontra a lei. Contudo, os que se opuseram publicamente à proposta foram duramente criticados pelos clérigos conservadores e xiitas extremistas, como os que participaram da contra ofensiva às feministas ontem em Cabul.
O principal alvo da manifestação de ontem era Mohamed Asif Mohseni, clérigoradical xiita que apoia a nova lei. As feministas escolherem um local arriscado para o protesto: em frente da mesquita Khatam Al-Nabi, de Mohseni.
RADICAIS
Os muçulmanos conservadores afirmam que a manifestação feminista é uma forma depressão para impor valores ocidentais ao Afeganistão. "Você não é uma mulher xiita", berrou um afegão contra uma das manifestantes que cobria a cabeça com um lenço vermelho.
Segurando um cartaz que dizia "Não queremos as leis do Taleban", ela respondeu timidamente: "Esta é minha terra e meu povo", reclamou a manifestante. "Esta lei trata as mulheres como se fossem gado."

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http://br.groups.yahoo.com/group/miriamdabar/message/18>