Boas vindas
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Interpelações
Reconhecer a diversidade para mudar a sociedade
Entrevista especial com Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva | |
Com o objetivo de falar sobre o rosto africano, esteve na Unisinos na última semana a professoraPetronilha Beatriz Gonçalves e Silva, da Universidade Federal de São Carlos. Na ocasião, ela concedeu pessoalmente a entrevista a seguir para a IHU On-Line, quando afirmou que “existem dificuldades de relação entre os grupos étnico-raciais decorrentes de uma visão segundo a qual a nossa sociedade seria monocultural ou preferencialmente de raiz europeia, quando nossa sociedade é notadamente de raiz indígena, dos povos originários e também africana”. Para ela, “o país, como um todo, quer se ver única ou preferencialmente de raiz europeia. Esse é o problema central. Somos uma sociedade pluricultural, diversa e que cria um mito de que viveríamos todos tão harmonicamente que teríamos nos esquecido de nossas raízes. E esse mito funciona na medida em que as pessoas se convertem a um modo de ser que não é o seu próprio, sendo que essa conversão anula sua raiz básica”. E completa: “as pessoas costumavam dizer que o racismo no Rio Grande do Sul devia ser maior porque havia muita influência europeia, e eu, como eu sou gaúcha de Porto Alegre, sempre disse que é difícil medir isso. Mas desde as últimas manifestações que temos visto, começo a crer que quem vê de fora parece que vê melhor”. O Movimento Negro mostrava, ao longo do século XX, que, para que as pessoas convivam respeitosamente, elas devem conhecer umas às outras e devem conhecer a história e a cultura. Não podem conhecer somente a de um povo como sendo suas raízes. Uma das principais dificuldades de fazer tudo isso é porque conhecer essa história traz à tona muitas dores e talvez até muita culpa. Se para os filhos dos antigos negros escravizados é doloroso, também não deve ser fácil para os descendentes dos escravizadores ou traficantes. No entanto, as pessoas não devem se sentir culpadas pelo que seus antepassados fizeram, mas elas têm uma responsabilidade, que é a de corrigir o que foi feito. E, para isso, é preciso conhecer, respeitar e valorizar a história de cada um. Sobre a especificidade na região, não tenho muitos dados. Mas o que temos visto é que, aqui na região sul, ocorrem manifestações explícitas de racismo mais cruéis do que em outras regiões. As pessoas costumavam dizer que o racismo no Rio Grande do Sul devia ser maior porque havia muita influência europeia, e eu, como eu sou gaúcha de Porto Alegre, sempre disse que é difícil medir isso. Mas desde as últimas manifestações que temos visto, começo a crer que quem vê de fora parece que vê melhor. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=47426 |
Reconhecer a diversidade para mudar a sociedade
Entrevista especial com Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva | |
Com o objetivo de falar sobre o rosto africano, esteve na Unisinos na última semana a professoraPetronilha Beatriz Gonçalves e Silva, da Universidade Federal de São Carlos. Na ocasião, ela concedeu pessoalmente a entrevista a seguir para a IHU On-Line, quando afirmou que “existem dificuldades de relação entre os grupos étnico-raciais decorrentes de uma visão segundo a qual a nossa sociedade seria monocultural ou preferencialmente de raiz europeia, quando nossa sociedade é notadamente de raiz indígena, dos povos originários e também africana”. Para ela, “o país, como um todo, quer se ver única ou preferencialmente de raiz europeia. Esse é o problema central. Somos uma sociedade pluricultural, diversa e que cria um mito de que viveríamos todos tão harmonicamente que teríamos nos esquecido de nossas raízes. E esse mito funciona na medida em que as pessoas se convertem a um modo de ser que não é o seu próprio, sendo que essa conversão anula sua raiz básica”. E completa: “as pessoas costumavam dizer que o racismo no Rio Grande do Sul devia ser maior porque havia muita influência europeia, e eu, como eu sou gaúcha de Porto Alegre, sempre disse que é difícil medir isso. Mas desde as últimas manifestações que temos visto, começo a crer que quem vê de fora parece que vê melhor”. O Movimento Negro mostrava, ao longo do século XX, que, para que as pessoas convivam respeitosamente, elas devem conhecer umas às outras e devem conhecer a história e a cultura. Não podem conhecer somente a de um povo como sendo suas raízes. Uma das principais dificuldades de fazer tudo isso é porque conhecer essa história traz à tona muitas dores e talvez até muita culpa. Se para os filhos dos antigos negros escravizados é doloroso, também não deve ser fácil para os descendentes dos escravizadores ou traficantes. No entanto, as pessoas não devem se sentir culpadas pelo que seus antepassados fizeram, mas elas têm uma responsabilidade, que é a de corrigir o que foi feito. E, para isso, é preciso conhecer, respeitar e valorizar a história de cada um. Sobre a especificidade na região, não tenho muitos dados. Mas o que temos visto é que, aqui na região sul, ocorrem manifestações explícitas de racismo mais cruéis do que em outras regiões. As pessoas costumavam dizer que o racismo no Rio Grande do Sul devia ser maior porque havia muita influência europeia, e eu, como eu sou gaúcha de Porto Alegre, sempre disse que é difícil medir isso. Mas desde as últimas manifestações que temos visto, começo a crer que quem vê de fora parece que vê melhor. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=47426 |
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Congresso Internacional de Evangelização
De 19 a 22, acontece o Congresso Internacional “Evangelização em Diálogo – novos cenários desde o paradigma ecológico”, em Petrópolis (RJ). O evento, promovido pelo Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis, tem o objetivo de analisar e compreender os novos cenários em que se dá a ação evangelizadora.
Os professores da ESTEF Luiz Carlos Susin, Arno Frelich, Flávio Guerra e a Professora Lúcia Weiler estão particiando das atividades do Congresso.O Congresso é direcionado a professores e alunos, bem como a todos os que se interessam, e que, de um modo ou de outro, se sentem interpelados pelo tema. O evento acontece no contexto do 8º Encontro dos Professores e dos Diretores dos Centros de Estudos afiliados à Pontifícia Universidade Antonianum (PUA), de Roma, que este ano será realizado também no ITF.“A evangelização constitui, para todos os efeitos, razão de ser da Igreja. Fiel à prática evangelizadora de Jesus, ela procura realizar sua vocação em diálogo. ‘Evangelizar em diálogo’ corresponde, em primeiro lugar, a um apelo que nos vem do próprio Jesus que, na relação com seus interlocutores, procurou dialogar sempre”, destacou um dos coordenadores do evento frei Sinivaldo Tavares, OFM.
Marcam presença no Congresso conferencistas do Brasil, Argentina, México, Itália e Republica Dominicana, com os seguintes painéis: “Evangelização no mundo urbano”; “Evangelização e novas tecnologias”; e “A Ecologia como novo Paradigma”. Além das conferências, o participante poderá participar dos workshops: “Espacios urbanos: andares espirituales, tensiones del creer y red de liderazgos”; “Cosmovisiones indígenas del paisaje ritual”; “Evangelização compartilhada e sua relação com as questões de gênero”; “Justiça ambiental e justiça ecológica: novos paradigmas para se pensar a sociedade”; “Sensibilização ecológica”; “Sustentabilidade socioambiental”; e “Teologia e Ecologia”.