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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Encontro de 10/11/2010 - Grupo Miriam Dabar

Estavam presentes: Raquel Pena Pinto, Maria Josete Rech, Paulo Ademir Reis, Leonete Cassol, Lucia Weiler, Eurides, Élida, Natália.

Estudo: Capítulo 5 - Os passos da sabedoria, do livro “Caminhos da Sabedoria”, de Elizabeth Schüssler Fiorenza.

Pontos enfatizados:
  • A metáfora da dança exige uma série de instrumentos, treinos, para que a dança aconteça. Esta metáfora é riquíssima.

Método corretivo-revisionista:
  • Cada estudiosa/o deve fazer opção sobre as variantes dos manuscritos. Aqui se chama a atenção para variações que mostram a possibilidade do feminino.
  • Buscar mais proxmidade ao sentido do texto. Veja-se a dificuldade de se colocar o Espírito Santo como feminino, como é no hebraico.
  • Corre-se o risco de se passar sempre uma interpretação kyriocêntrica.
  • Construir e revisar para além do texto. Num primeiro momento se tentou dar visibilidade aos textos de mulheres. Agora há a necessidade de nova interpretação, retirando as camadas de dominação e subordinação.
  • Na vida religiosa estamos muita aquém, mesmo nas leituras orantes. Quanto conseguimos problematizar? Romper com o dualismo?
  • Aparece um déficit de formação...


Método Histórico-reconstrutivo:
  • Tem-se medo de quebrar relações, que acabam sendo superficiais, pois não se chega no profundo.
  • O método exige relações verdadeiras. Tornar audíveis os sentimentos reprimidos. Ouvir quem está calado.
  • Visibilizar as histórias ocultas. A mulher não deve ser vista como oposta ao homem. Ela tem um agir criativo na história. Tem o poder de construir história.
  • Por que estou fazendo história assim? Por que faço leitura feminista assim? De fato é leitura feminista? Quais são os pressupostos?
  • Teoria e prática devem andar juntas, pela vivência.
  • Há a necessidade de um “desarranjo” teórico.
  • Mulheres não podem continuar reproduzindo os mesmos esquemas que já estão aí.


Método Imaginativo:
  • tentativa de atualizar as narrativas, através de narração livre, dança, canto...
  • ligação com as mulheres nos textos bíblicos, explícita ou implicitamente.
  • Enquanto brancos puderam aprender a ler e escrever, bem como interpretar a bíblia, os negros não tiveram esta possibilidade, desenvolvendo uma interpretação imaginativa.
  • Um jeito diferente de contar a história é perguntar “o que seria se...?”
  • Outros jeitos: entrevista com os personagens bíblicos, escrever cartas a eles...
  • Importante é estar em contato com os sentimentos e emoções.
  • Também dança, colagem, desenho, movimento corporal...
  • Midrash: um tipo específico de interpretar, criando textos homiléticos, legais...
  • A bíblia não é uma pintura, se parece mais com a palheta de cores que o artista usa para criar uma pintura.
  • A leitura midráshica coloca de volta a voz das mulheres na narrativa bíblica.
  • O Bíblio-drama: método aberto de interação entre o texto bíblico, a experiência e os sentimentos das pessoas envolvidas, está assim muito próximo da leitura popular feita no Brasil.
  • Representações que moldam as consciências e a sabedoria de grupos, comunidades, enraizando-se nas realidades sócio-econômicas.


Método de conscientização:
  • Na sociedade houve uma caminhada transformadora. Na Igreja (instituições religiosas) ainda não se chegou ao mesmo patamar.
  • Quais mudanças necessitamos fazer.
  • Questionar emoções evocadas por histórias kyriarcais. Dar o tempo antes de reconstruir as histórias. As mulheres sentem diferente.
  • Criar visões alternativas, formando a resistência, para rejeitar a fixação kyriocêntrica.
  • O texto também tem uma função, por isso, deve ser analisado sobre o que supõe e sobre o que passa no silêncio.


Quanto mais se é intelectual e mais difícil fazer a vida encontrar-se com o texto, na sensibilidade. Mais ainda se o grupo está dentro de um esquema clerical.
O povo simples, principalmente as mulheres, entende, sente com o corpo. Para um auto-suficiente é muito difícil entender a bíblia.
A contribuição singular da teologia feminista é esta, a da reconstrução de textos, da linguagem, criar com imaginação...
Um aspecto que ainda encontramos é o peso da culpabilização, do pecado... A cultura introduz e a religião sacraliza.
A proposta é criar uma Igreja de mulheres (não das). Espaço alternativo radicalmente democrático.


Combinações e comunicações:
Pesquisa: passar entre nós os pontos, para que quem puder faça algum encaminhamento.
Não faremos encontro em dezembro.
Final de fevereiro nos reencontramos, com a data a ser combinada por e-mail.

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